A Lenda Do Zorro: Não sejais como a mula...



"Uma mula que girava uma pedra de moinho percorreu uma centena de quilômetros a pé. Quando foi solta, ela descobriu que ainda estava no mesmo lugar. Semelhantemente há pessoas que fazem muitas viagens, mas sem fazer nenhum progresso em relação a qualquer destino".

O significado disto é que, aquele que estuda apenas o literal (p´shat) da Torah e nada entende dos seus mistérios, ele é comparado a uma mula que gira a "Gisar (termo do aramaico nazoraico para pedra de moinho)" sem sair do lugar.

Assim, David ha'Melech (o Rei David) disse: "Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento e que são guiadas apenas por cabrestos (Salmo 32:9)".

A palavra hebraica para mula neste passuq (verso) é "péred" um termo escrito com defeito, pois falta-lhe a letra "Samech (S)" que é a inicial da palavra "Sód" cujo significado é mistério. Portanto, aquele que não estuda os mistérios da Torah derruba a letra samech da palavra "PARDES (PRDS)". PARDES é uma palavra emprestada do Persa para o hebraico cujo significado é "Paraíso" ou "Pomar Secreto".

Qabalistas estudam os mistérios primeiro fazendo com que a letra samech seja movida do final de PARDES para o inicio transformando-a em "SEFARD". Hebreus Sefaradim são aqueles que estudam o Zohar primeiro, ou seja, os mistérios da Torah Sagrada.

Quando os rabis da Idra Rabá (Grande Assembléia) ou da Idra Zuta (Pequena Assembléia) precisavam se "mover" de um lugar para outro, eles o faziam montados sobre mulas, o que parece um paradoxo, uma vez que é proibido assemelhar-se com este animal. Mas ao montar sobre suas mulas, imediatamente eles começam a falar sobre os mistérios da Torah, o Sód, transformando suas mulas em cavalos, pois a letra samech é também a inicial de "Sus" que significa "Cavalo".

O Zohar nos revela que, aqueles que estudam os mistérios da Torah primeiro, são comparados a pessoas que caminham sobre cavalos.

De forma semelhante aquele que caminha sobre uma mula, aqueles que tomam o Zohar santo apenas para repetir suas palavras sem penetrar os seus mistérios, comparam-se também a pessoas que caminham sobre uma mula. Mas é verdade que a maioria das pessoas não tem habilidade para penetrar os mistérios do Zohar, e então o que é preciso fazer? O Talmude tem a resposta. Ele diz: “Procure um mestre para você”.

Vocês devem se lembrar de quando escrevi sobre o “Zorro” outro dia. Notaram que o Zorro sempre viaja sobre um cavalo e não sobre uma mula? E também sobre o que Dom Diego diz para Alejandro? “Quando o aluno estiver pronto, o mestre aparecerá”. O ato de procurar um professor, como o Talmude ensina, é o ato de “criar um esforço” para ser merecedor da Sabedoria. Assim, no filme “A Máscara do Zorro” Alejandro veste a máscara, o seja, o véu que oculta a sua verdadeira identidade e quem quiser conhece-la, deve tornar-se merecedor. Na continuação da série, no filme “A lenda do Zorro” Alejandro agora tem a máscara retirada para revelar sua identidade para o próprio filho. Em outras palavras é o filho quem retira o véu para revelar os mistérios. O significado disto é que, em todas as gerações são as “neshamot (almas)” de mashiach (messias)” quem retiram o véu para revelar os mistérios sagrados do Zohar.

Ao procurar um professor, você precisa saber que, este professor deve ser um legitimo qabalista, ou seja, alguém que possui no corpo a marca da brit milá (a circuncisão), pois o ato de não possuir a circuncisão ou negá-la corresponde ao ato de negar a Torah e os seus mistérios.

Ninguém jamais havia entendido porque Yashu'a (Jesus) entrou em Jerusalém montando sobre um jumento. Não foi para cumprir a profecia de Zacarias 9:9 "Eis ai vem o teu rei sobre o lombo de um jumento...", mas foi para dizer que aquele era o estado de consciência de Israel naqueles dias, pois é isto que o Zohar revela. Outro segredo está oculto na palavra hebraica para jumento que é Chamor  (חמור) que contém as iniciais de "Chaham Muflá ve'Rav Rabanan  (חכם מופלא ורב רבנן)" cujo significado é "Um mestre maravilhoso e mestre de mestres".


Quando na antiga Pérsia Mordechai venceu Haman, o amalequita, o arqui-inimigo dos hebreus naquela época, ele foi colocado sobre um cavalo e puxado por toda cidade pelo próprio Haman. O significado disto foi que, Mordechai era um entendido nos mistérios da Torah, um qabalista, e esta é a razão secreta do nome Mordechai cuja gematria é 274 que é duas vezes a gematria de “QABALAH” que é 137.

Queridos, não se façam parecer com pessoas que viajam assentados sobre o lombo de uma mula, mas tornem-se pessoas que viajam sobre cavalos!

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